sábado, 19 de março de 2016
Um dia o meu tempo será pó
Sobre a minha carne
O peso da terra e dos meus pecados e erros.
Talvez do casulo que foi meu corpo
Liberte-se uma alma
Que habitará outra dimensão.
Morto, a cova é uma fenda,
Que me levará a um jardim secreto
Onde tudo é segredo...
Talvez não me leve a lugar nenhum,
Que reste apenas o silencio absoluto do que fui,
Matéria em decomposição
Pó que volta ao pó.
Talvez do casulo que foi meu corpo
Liberte-se uma alma...
Mas vos peço,
Sobre minha lápide escrevam:
"Se existem almas e se estas se libertam,
Aqui jaz um corpo,
Cuja a alma libertada
Era uma alma de poeta."
Fabiano Brito
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