quarta-feira, 12 de março de 2014

Transbordo

No cotidiano dessas pequenas saudades
Te trago assim bem perto
E vais preenchendo o meu dia
Matinas como um sol
No bom dia com gosto de café
E segues nos compassos das horas
Caminhando meus passos
Cúmplice dos meus gestos.
E assim vais me completando
Do que me faltava
Transbordo
Pela plenitude do que me ofertas,
Sou tanto
Sou tudo

Fabiano Brito

Agora

E agora que você esta aqui
Não precisa muito mais para ser feliz
Uma casinha de varanda
Um pequeno jardim
Um cachorro preguiçoso
Um roseira em flor
Que o resto de felicidade
Você já me trouxe

Fabiano Brito


Bobo

Que lindo
É esse amor de menino
Que faz castelo de arreia 
Viagens interplanetárias sem sair do chão
Que escolhe estrela para nos proteger
E fala eu te amo
Com cara de bobo

Fabiano Brito

Pelúcia

Tenho esse jeito menino de gostar
Detesto amor cheio de formalidades
Amo como quem toma sorvete 
E se lambuza 
Como quem brinca na arreia da praia
Sem esses dogmas e etiquetas 
Que amar é ser motivo de riso
Um para o outro
É brincar de casinha feliz
E ser feliz de verdade.
Que amor menino
Não engana, não faz cara de feia
Se birra
Termina sempre em beijo.
Amor é esse bichinho de pelúcia
Que apertamos contra o peito
Pensando no outro.

Fabiano Brito


quinta-feira, 6 de março de 2014

Grão de Luz

Quando tudo era um caos
Quarto revirado, cama desarrumada
Paredes cor de cinza
E tudo em desalinho... 
O teu olhar tocou o meu
Bateu em meu ouvido o som de tua voz
E no centro do furacão 
Brotou uma paz inesperada 
Dando quietude a desordem 
Simples como voam as aves
Como nasce o sol
Como brotam as sementes
Tua presença foi semeando luz e paz
Como uma musica que acalma as serpentes
Como mãos que abrem oceanos.
E na fenda que se abre em meio aos teus braços
Morreram todos os meus medos
Perderam-se todos os meus cansaços
Abençoada seja tua chegada
Esse pequeno grande grão de Deus
Iluminando minha existência.

Fabiano Brito

O Livro da Nossa Historia - Da primeira viagem no leito

O Livro da Nossa Historia - Da primeira viagem no leito

Na cama nave nossos corpos se acomodam
Meu corpo no teu se funde
Misturamos partes, pernas, braços, bocas
Um, nós agora somos apenas um
Meu corpo e o teu se perdem um no outro
Tomamos partes um do outro
Uníssonos nossos corações batem em um só ritmo
Teu corpo antes roupas agora uma planície nua
Campo de trigo, que faz o pão bendito
Para matar a fome de minhas taras
Um sacrário, que minhas mãos impuras pelo desejo violam
E a minha boca beija, morde tua carne
E teus seios pequenos planetas
Que a minha língua explora
Circula mansamente na corola doce dos bicos
E mergulho dentro de ti
Oceano, teu sexo, um oceano
Quente, mareando o membro
Chama, pede, atrai
Fogo, somos fogo
E queimamos a madeira dos nossos corpos
Em uma fogueira devassa e santa
O gozo, levitamos, flutuamos, presos um no outro
E no espelho acima de nós
Nossa imagem escreve uma poesia linda.

Fabiano Brito

Fogueira

Uma fogueira crepita
O estalido de velhas historias 
Que viram cinzas.
Rolos de filmes reais passados.
Preciso de espaço
Nas estantes do peito
Que a mudança que se processa
Transforma tudo em volta e dentro de mim
É uma nova vida que se inicia
Duas partes que se encaixam
Repletas da mobília de sonhos novos
Caixas de desejos a dois
Planos, tantos planos
Que é preciso tempo e espaço de vida
Para acomodar tanto.
E quando olho em teus olhos
Decifro dois pequenos mundos
Ali abertos em um franco convite
Para trilharmos um novo tempo
E teu riso ilumina tudo em volta
Matando todas as sombras.
Te esperava, me esperavas
E neste campo limpo pelo fogo
Desta fogueira que crepita
Dentro de mim
Aro a terra, abro sulcos
E vou semeando teus sinais
Teus gestos,
Vou plantado em mim tuas raízes
Que se ficam e se espalham
Tomando forma, tuas formas
E sou de ti essa sementeira fértil
Essa lavoura que tuas mãos trabalham
Cresceremos,
Nossas vidas será florada
Que de fruto
Colheremos infindo amor.

Fabiano Brito