sábado, 19 de março de 2016

Em lembrança do pequeno Aylan Kurdi criança morta em praia turca que tornou-se símbolo de crise migratória. Talvez tua alma permaneça caminhando na praia onde teu corpo dorme Esquecida aos nossos olhos Longe da lembrança dos homens. Talvez teus pés pisem a areia iluminada pelo sol E caminhes livre da fuligem da guerra Do som das bombas matando a terra Livre em um caminho de paz Livre como o albatroz que corta os mares Aylan Kurdi Talvez tua lembrança morra Em meio a tantos outros corpos como o teu Talvez dentro da nossa frieza e pressa Não exista calor para aquecer a memoria do teu corpo frio Não reste mais tempo para viver a tua morte. Perdoai esse poema roto, mas foi o que pude, Para guardar o teu corpo E as marcas dos passos de tua alma Na areia onde o teu corpo dorme. Fabiano Brito

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